Quem sou eu

Eu me chamo Lara Ferreira Rocha e tenho 25 anos. Sou dentista, paciente oncológica, e moro em Fortaleza. Tenho muita história pra contar...
Em agosto de 2008, fui diagnosticada com câncer no abdômen. Meu tipo é raro, um tumor desmoplásico. Como ele, eu sou rara também. Sou animada com a vida, tenho fé em Deus, sou engraçada, sorridente, feliz, simpática e tantas vezes ingênua.
Conto, aqui, algumas de minhas novidades, além de escrever o que penso, o que vejo, o que sinto.

Eu penso muito no amor, com certeza.
Espalhe todo bom sentimento por onde andar, ame você também!



Mostrando postagens com marcador quimioterapia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador quimioterapia. Mostrar todas as postagens
7

Estou

Aparecendo para dar algumas notícias... Fiz exames na quarta-feira e, na quinta, deu tudo certo pra eu fazer a quimioterapia novamente.

Graças a Deus, na hora não sinto nada. Vim mesmo sentir na segunda-feira, quando nem levantei da cama o dia inteiro. Aliás, levantei: ou era correndo para o banheiro ou era correndo para me levantar e vomitar.
Realmente estava superenjoada. Pelo menos, não botei pra fora nada do que comia. Incrível, né?

Sábado precisei transfundir sangue. Passei o dia no hospital. Foi uma grande confusão. Entrei no quarto, me instalei, mas ninguém parecia saber o que eu ia fazer por lá.
Por causa desse transtorno todo, passei oito horas esperando o procedimento terminar, porque ele foi começar somente cinco horas após a minha chegada.

Hoje estou melhor e com mais coragem, mas ainda sentindo alguns efeitos da quimioterapia.

Leia mais >
0

Melhorando e gostando

Hum, como estão todos? Eu estou ficando cada vez melhor. As notícias estão cada vez mais esparsas, mas está tudo tranquilo.
Ainda não estou correndo, fazendo arte, de jeito algum!

Quinta-feira, após análises minha e de meus exames de sangue, ficou decidido que eu estava em condições de receber a droga da quimioterapia, e assim foi feito.
Sexta, recebi a visita de um dos meus médicos, que fez mais exames básicos -- aqui em casa mesmo, né? --, e reafirmou que estava vendo outra pessoa naquele instante.
Eu sei é que há alguns dias eu vinha prestando atenção na barriga. Achava que ela não estava mais amolecendo, como é para ser: estava durinha e estava aumentando de tamanho, não diminuindo. Isso não era possível!
Depois de me olhar novamente, ele concordou e marcou uma para-sentese (retirada de líquidos).

Sábado fui ao médico e tive que andar todo o percurso, que incluía uma pequena escada e longo corredor. Sentei na poltrona e parecia que eu tinha andado quilômetros. A volta foi igualmente dolorosa, isso me tirou forças, mas logo as esqueci.

Domingo curti um chochilo delicioso, o que, infelizmente, fez com que eu não curtisse tanto o meu amor maravilhoso no dia dos namorados.

Ontem e hoje eu pude perceber uma grande diferença no meu estado físico, me achei mais disposta.

Beijos!

Leia mais >
2

Quimio

Como eu ainda não tô na minha melhor forma, só aviso que amanhã farei a quimioterapia. :)
Fiz exames de sangue e eles estavam beeeeeeeem melhores que os últimos. Meu médico, que já tinha dito que eu ia precisar de novas bolsas de sangue, até mudou de ideia.

Até a melhora, beijos!

Leia mais >
5

Esse fígado

Eu, até eu, tô achando difícil acompanhar os acontecimentos na minha vida. É cada um, viu? Todo dia é algo novo.

Logo que saí do hospital, sem dores no fígado e com dor na perna, já saí levando comigo receitas especiais, de tarja preta, pra não sentir mais nada.
Não senti mesmo.

Mas, do nada, aquele prurido que me deixou com o corpo todo machucado -- de tanto eu coçar, sem sucesso --, voltou. Não me aguentava, e minha barriga parecia inchar.
Com dois dias, eu estava 2kg mais pesada, o que era impossível ter acontecido se não tivesse algo por trás.
Tive febre, febre alta, de 40ºC e, também sem sucesso, não consegui comunicar o meu médico hepatologista sobre o ocorrido.

Leia mais >
0

O que sei

Pra eu não demorar a dar satisfação, digo aqui o que sei até agora, e que não é oficial:
Provavelmente, e é praticamente certeza, o que está atrapalhando a recuperação do fígado é o medicamento que eu tô utilizando, o Torisel. Já falei um pouco dele aqui e aqui.

Eu falei que não fiz o tratamento dessa semana, ? E meu médico de Fortaleza ficou de entrar em contato com o médico de São Paulo para resolver essa questão.
Como eu estava quase arrancando os cabelos de curiosidade. Talvez nem isso, mas querendo saber a solução, perturbei o meu médico daqui -- que ainda não tinha tido resposta do médico de lá --, e ele me passou umas coordenadas.

Leia mais >
0

Ótima!

Aê, meus queridos, estou de volta!
Como é bom estar bem de novo, viu? O mais importante é que estou comendo tuuudo de novo! (Olha a minha alegria!)

O tempo passando cada vez mais rápido... Por que mesmo, gente?
Falando que nem uma jornalista agora, tenho tantas ideias pra escrever, tantas pautas, mas cadê o tempo?
Porque, sinceramente, esse negócio de ficar até altas horas fazendo algo pra me estressar passou, não existe. Me poupo dum negócio desses.

Meu tratamento na segunda-feira foi ótimo. Como os remédios vão "perdendo" o efeito após o uso constante, eu já nem fico mais tão sonolenta com o anti-alérgico que eu tomo pré-quimioterapia -- vou continuar chamando de quimioterapia, tá? Apesar de ser um tratamento diferenciado, assim fica mais fácil eu me fazer entendida.

Fiquei muito triste observando uma pessoa na clínica onde eu faço o tratamento. Vi como somos tão frágeis! Vi que eu estou errada em falar que as pessoas são fracas e medrosas... Mas isso fica pra outro dia.

Beijos!

Leia mais >
0

Nada a declarar

Gente, tô aparecendo aqui só pra dizer que está tudo bem.
Sem mais novidades. A vida tá igual à semana passada. Aliás, agora comecei a tossir, mesmo no meio de um tratamento com antibióticos. Sei não, viu.
Tô trabalhando, tô no meu curso de pós, continuo carequinha e gordinha, tô querendo comprar ingressos pro show do U2 e não consigo!! Assim, minhas coisinhas. :)

O tratamento foi ontem e foi ótimo, dormi muito quando cheguei. É incrível como essa me derruba. Chego e corro pra cama, não tem perigo eu fazer outra coisa.

Um beijo pra todos!

Leia mais >
1

Sinusite persistente

E a saúde, hein, gente? Como tá?
Minha sinusite-sem-fim continua dando o ar da graça.

Eu sentia que tinha melhorado, não estava com secreção, mas os meus 100% não retornavam. Complicado é ter um grande problema e ser atacada por problemas pequenos, oportunistas. Aí os pequenos persistem numa corrida que não para.
Desde que o câncer surgiu, tenho que dizer que gripei umas 500 vezes. Eu não ficava doente nunca. Aliás, acho que posso modificar a frase: desde que o tratamento surgiu, tenho que dizer que gripei umas 500 vezes.
Infelizmente, apesar de -- não canso de repetir -- eu estar numa forma excelente, o tratamento, por si só, debilita. E não tome cuidado, não, pra você ver.

Esses dias fui atacada por dor de dente e soube, na hora, que a sinusite, antes mesmo de ir embora, tinha voltado a todo vapor. Por isso mesmo, dei uma passada no infectologista. Bati no médico novamente, fiz exames -- bons, por sinal --, e recomecei a batalha de remédios contra a inflamação no meu seio nasal.

Meu pai me acompanhou no exame de sangue. Quer dizer, me deixou no laboratório e foi no hospital encontrar com um médico. Quer dizer, não é qualquer médico. Foi o médico que me atendeu na emergência, naquele mês de agosto de 2008, e quem contou a notícia pra minha família.
Com todo o meu carinho, eu o admiro. Ele não cansou até descobrir o que me fazia enjoar tanto e sentir dor. Fez exame físico, fez ultrassonografia, fez tomografia, me medicou, me deu esperança.
Quando reapareci, papai correu para chamá-lo. Ele perguntou como estava a faculdade, mas eu já me formei. Tô com um ano de formada. O tempo voa.

"Já tem mais de dois anos, dr. Clóvis. Mais de dois anos."
O tempo é tão rápido que não deixa nem pistas. Ludibria sem pena.

Então, dr. Clovis Augusto Portela Martins, meu muito obrigada!!

Leia mais >
8

Novo protocolo

Eu havia listado aproximadamente 9 atividades para resolver na segunda-feira. O novo protocolo de tratamento era uma delas.
Levantei crente que ia resolver pelo menos a metade.

Quando cheguei ao hospital, percebi que aqueles "10 minutinhos" dos quais o dr. Buzaid falara iriam ser umas "2 horinhas". De cara. Mas não foi bem assim.

Meu médico também estava doente e não havia chegado ao consultório ainda. Fui me pesar e conversei com a enfermeira, que disse que a medicação ia infusionar durante 1 hora.
Fiquei imaginando: "Uma hora? Não era pra serem 10 minutos?"
Eis que ela responde que lá eles trabalham assim, com esse procedimento. Ok.

Rapaz, quando começou, eu tive que tomar alguns remedinhos antes do tratamento propriamente dito. Um deles era um anti-alérgico muito forte. Nunca tinha tomado.
Pense aí numa pessoa que ficou grogue, grogue. Parecia que tava tudo em slow motion, quando alguém chegava perto, eu tomava o maior susto do Brasil.
Fiquei pensando que devia ser assim que as pessoas se sentiam quando estavam drogadas, sério mesmo. Eu me senti muito doida.

Nesse intervalo, comecei com uns tremeliques e me deu uma febre, e eu não pude inicar o tratamento. Sei que cheguei antes das dez da manhã e só fui terminar, por causa febre, quase 4 e meia da tarde. Pelo menos, a febre baixou e eu pude ter minha primeira não-quimioterapia.
E saí correndo, que tinha uma consulta com um infectologista às 16:30h, exatamente.
Minha "gripe" é uma boa sinusite.

Cheguei em casa mortinha.
Hoje estou bem, vou já trabalhar. :)

Leia mais >
6

Uma nova luz

Era uma vez uma bolinha perto do baço que começou a querer brilhar, brilhar...

O PET de ontem identificou um novo pontinho de luz, o que significa que tem bandido escapando da prisão.
Pouco, mas isso mostra que a medicação não está mais fazendo o efeito desejado.

Engraçado que ontem mesmo eu estava pensando no estado em que eu me encontrava quando o câncer foi diagnosticado. Uma coisa louca, eu estava tão longe do mundo que nem me tocava de como era sério.
Medo eu não tive e nem tenho, apesar do nervosismo ocasional, mas fiquei perplexa com o primeiro exame que fiz, em Brasília. Era luz em tudo quando era lugar. Metástase pra todo lado... E olha eu hoje aqui!
Quando entrei no HSL, fui recebida com "se o bom de viver é estar vivo, ter amor, ter abrigo"...

Então, da última vez o médico tinha dito que estava sem opções para mim, mas ele deu uma revisada em vários artigos e encontrou outras saídas.
Mais engraçado ainda, porque eu acho difícil de entender o que será meu novo tratamento, mas não se trata de quimioterapia.
Como assim, não é quimio? Não é. Também não sei dizer o que é.

Sei que vou tomar uma droga chamada Temsirolimus.
A Temsirolimus é intravenosa e é usada para tratar de carcinomas de células renais, renais. Recentemente, em agosto deste ano, foi publicado um artigo onde um abençoado com o tumor desmoplásico foi cuidado com ela. Deu resultado. Vou ser um teste, pra variar.

Acabaram-se as duas semanas seguidas de quimioterapia e entrou uma "injeção" endovenosa uma vez por semana. Aparentemente, a aplicação é rápida, somando uns dez minutinhos. Dá pra trabalhar, ir no horário de almoço no hospital e voltar pro trabalho.
Achei o máximo. Não me abalo com essas luzinhas que querem piscar, elas vão-se embora daqui a pouco. Não estou a par de quando, como, onde, mas estou alerta.
E feliz. E viva.

Viva!

Leia mais >
2

Viver, viver, viver!

Tô pertinho de completar dois anos de tratamento, e fiquei pensando, pensando.

A primeira vez que retornei a São Paulo, após o diagnóstico e o 1º PET, tive uma melhora de 95%. Isso foi no começo de 2009.
O médico falou: "Esses 5% que restam podem ser bem mais difíceis de desaparecer que os 95%."
Eu acreditei, mas não queria que fosse verdade.
Se desapareceram 95% em 5 ou 6 meses, porque os 5% não iriam ser fichinha?

Com a constante revisão, eu quase chorei quando, ainda no começo, me iludi pensando que ia receber alta. Cedo demais.
Depois dessa, me aquietei. Percebi que as coisas não eram desse jeito. Afinal, não era brincadeira.
Hoje estou mais consciente dos fatos, mas eu me sinto tão bem, que é difícil não acreditar na cura. Realmente difícil.

Me corta o coração ouvir que a doença está estável, ao invés de um "Zerou, vá com Deus", mas não vou me acabar por isso.

Hoje comecei uma nova quimioterapia, quase chegando ao trigésimo ciclo -- de 1, de 5 e de 10 dias.
Que diferença faz?
Eu teimo em ser ótima, e minha rotina se baseia no tratamento, portanto vivo várias restrições... Mesmo assim, acho que tenho o direito de aproveitar meus dias da melhor forma possível. E possível quer dizer não me trancafear em casa, como a maioria dos pacientes faz.
Por que isso???

De que adianta ficar em casa, descansando o que não é preciso descansar? Não é melhor ter uma vida ativa?
Estudar no colégio ou na faculdade, trabalhar, fazer compras, resolver problemas... Some tudo e terá o que tinha antes. Fora eu não poder me planejar em longos prazos, pra daqui a três meses, por exemplo, e ter minha agenda focada na quimioterapia, vou contar: tô dentro!
Tô dentro do cinema, dentro da festa, dentro da praia, dentro da casa dos amigos...

Se você conhece alguém que resolveu restringir a vida social, manda essa criatura me ligar, me dar um sinal de fumaça, fazer uma visita, me escreve um e-mail. Ficar neutro é que não dá!

Leia mais >
8

Pensei e não gostei

Acabou de me ocorrer um pensamento muito sério. Acho que estou descontrolada.
Eu vivo bem com a doença, normalmente não tenho problemas em lidar com os acontecimentos que se desenvolvem por causa dela. Desde sempre foi assim.

Mas eu percebo, tenho percebido, que estou sensível demais para outros acontecimentos. Vamos chamá-los de acontecimentos externos.
Uma coisa que não me estressaria tanto, tem feito eu chorar de raiva.
(Ok, eu posso ter exagerado no tanto...)

Foi assim quando eu liguei para confirmar o meu PET, e ele não estava marcado.
Hoje, recebi uma máquina digital que comprei pela internet. Estava animadíssima por ela ser minha e pelas funções. Eis que uma das minhas irmãs arranha a lateral dela, forçando, com um brinco, a região de um dos botões.

Xinguei, fiz escândalo, chorei, fiquei com ódio.
Disse uma palavrinhas desnecessárias. Vieram ver o que era e, claro, todos ficaram do meu lado.
Eu tenho noção de que não é, necessariamente, porque concordam comigo, mas pelo simples fato de não quererem um motivo para eu ter raiva.
Tenho quase certeza que todo mundo pensou que eu estava exagerando.
Parece que eu realmente estava.

Começo a imaginar, agora, que esse meu descontrole seja uma forma inconsciente de liberar minhas tensões... Mas, sinceramente, acho que não dá certo fazer isso.
Preciso arrumar algo que envolva menos escândalo, com certeza.

Alguma saída??


Leia mais >
4

D11S26

Oi, gente!! Tudo bem com vocês?
Essa semana de quimioterapia está bem sossegada, fui trabalhar quase todos os dias e ainda saí para me divertir.
Vi amigos mais que queridos, amigos antigos e novos amigos. Foi boa, viu? :)

Eu acabei que nem contei algums detalhes da consulta com o dr. Buzaid. Achei o máximo quando, não sei bem o porquê, mencionei que estava sem comer carne vermelha. Ele me completou: "E não toma mais leite e diminuiu o açúcar?"
Comecei a rir e concordei. Por que ele nunca havia me pedido isso antes? Precisou eu ler um livro, ler outro livro, ler mil coisas na internet... E ele já sabia!
Acho que é para não pressionar o paciente, deixá-lo livre, não é? Só pode.
Sei que achei o máximo mesmo, como se eu estivesse fazendo algo correto para a minha saúde, além do meu tratamento.

Conversamos sobre o trabalho. Falei sobre a infecção do meu catéter, se tinha alguma interferência com os meus atendimentos odontológicos. Já levei carão de um médico, então podia ser que o ambiente clínico realmente alterasse isso, aumentasse minhas chances de infecção.
Bem, ele disse que não, que era besteira. Acho, também, que é pra eu não desistir das minhas coisas... O que é ótimo!

Amanhã a quimioterapia acaba, fico "livre" por minhas duas semaninhas, e aproveitarei bastante!

Beijo a todos.

Leia mais >
0

Audiência "resolvida"

Levantei na maior coragem e fui, com meu pai, para o 20º Juizado Especial, no centro, para ver o que o esse processo contra o plano de saúde me traria.
A verdade é que eu só movi essa ação contra o plano porque eles me negaram assistência, em outubro do ano passado.

Eis que, após um atraso na audiência, que seria semana passada, hoje as coisas foram resolvidas.

O juiz, um cara bastante conversador, pediu para que nós o relembrassem sobre a ação judicial, e deu o resultado.
Eu havia pedido que eles -- o plano -- liberassem minha quimioterapia sem maiores interrogamentos, para que nunca mais tivessem de ser interrompidas. Isso era a questão central.
Além disso, o juiz disse que eles deveriam ressarcir todo o dinheiro empregado para custear honorários do médico de São Paulo e o PET.

A advogada que estava representando o plano de saúde ficou sem palavras, disse que não cabia na proposta, mas o juiz revidou que tudo era para o meu bem.
Fiquei muito emocionada, porque só eu sei o quanto sofri com essa negação.
Acredito que eles devam recorrer da sentença, mas espero que dê tudo certo pra mim!!

Leia mais >
2

De novo, vamos ao pós-operatório

Outro grande sucesso a cirurgia de ontem, para colocar o catéter em mim.
Diferente da primeira cirurgia dessas, quando eu estava bem debilitada (no começo do tratamento) e bem mais magra, o médico não encontrou nenhum problema e a cirurgia foi tão rápida quanto a da retirada.
Dormi a manhã quase toda, porque cheguei ao hospital de madrugada, sabendo que sairia de lá direto para a clínica, para receber a quimioterapia.
E eu tô tão gordinha que o cirurgião colocou um port-a-cath maior dessa vez.

Achei essa história de me deslocar de um lado pro outro um tanto quanto cansativa e desnecessária, mas assim foi.
Tanto é que saí da quimioterapia quase oito horas da noite -- dá pra acreditar? --, foi um suplício sem fim! Só não foi pior porque eu dormi grande parte da tarde, também.

O braço direito ainda não está totalmente recuperado, apesar de os pontos já não estarem mais aqui. Sendo que não dá pra colocar peso, sinto a pele rasgando... Mas o braço esquerdo, recém-operado, não tem condições de fazer esforço algum!
Vou aproveitando essa moleza, né? :)

Fiquei muito feliz com meu pai me olhando e dizendo: "Minha filha, você está melhor do que nunca!"

Beijão!

Leia mais >
2

E agora?

Semana passada, por causa dos episódios febris, fiz uma hemocultura do catéter.
O que é isso? É uma coleta de sangue, direto do catéter, que vai dizer se alguma bactéria está presente e quais os antibióticos resistentes e sensíveis a ela.
Bem, o exame disse. Tô com uma infecção.

Eu estava ok, fui trabalhar, mas não conseguia falar nunca com meu médico.
Descobri, à noite, que a TIM estava fora do ar e liguei para outro número. Ele não atendeu.
Beleza, me arrumei e saí de casa.
Eu estava dirigindo, já atrasada, para a missa, quando lembrei de ligar novamente.

Eis que ele me diz para eu retornar imediatamente para casa, porque era questão de manter minha saúde, que ele precisava saber qual era a bactéria.

Foi o jeito. Dei meia volta e corri para o computador. Retornei a ligação e afirmei: Enterobacter cloacae."

E não é querendo assustar ninguém, mas assustando (porque ele me assustou também), mas:
1 - Preciso falar com meu infectologista urgentemente, e o telefone dele é TIM. :(
2 - Comecei a tomar um antibiótico oral, mas não sei se o correto, nesse momento, não seria um antibiótico endovenoso.
3 - Ao invés de endovenoso, será que o correto mesmo não seria antibiótico direto no catéter?
4 - Preciso me internar?
5 - A bactéria colonizou o catéter?
6 - Preciso remover o catéter?

Fiquei tensa.

Leia mais >
0

Sei não

Ai, eu não quero matar ninguém de susto, mas depois que eu publico o blog nas minhas redes sociais é que lembro que essa notícia -- do câncer -- eu não saí espalhando por aí, e tem gente que desconhece tal história... E é porque vou fazer dois anos de tratamento.
E me vêm à cabeça o que se passa quando alguém descobre... Ah, sério, fique tranquilo!

Eu percebo isso quando encontro conhecidos pelos caminhos dessa minha vida. Às vezes, o ex-namorado de uma amiga que eu tinha há 10 anos e nem mantenho mais contato. Chega em mim e pergunta o que houve.
Eu, na maior sinceridade, respondo tão naturalmente que posso sair de bruta. É que tá tudo em mim já, eu nem me importo.

Enfim...

Cheguei em casa de São Paulo ontem pela madrugada, exausta! Acho que se eu me escorasse na parede, dormia ali mesmo, em pé.
Cedo fui para a quimioterapia, e tive uma boa surpresa: o adeviso que segura o meu porte foi mudado. Além de ter reduzido o tamanho em três vezes, é de outro material mais denso, mais fofinho. Foi um teste para mim, mas espero que ele fique assim, não aguento o outro, ele só me machuca.

Hoje acordei no maior frio, febre batendo. Tomei um remédio superfraco, porque era o único que tinha em casa. Pelo menos, fez a temperatura voltar ao normal.
Durante a quimioterapia tive mais febre, mas logo ela passou. Acabei não indo trabalhar e dormi a tarde toda. Oba!

Ah, e para variar um pouco do assunto de hoje: o que foi mesmo aquela convocação do Dunga, hein?
Gosto de futebol desde pequena. Mas a Copa é a Copa! Eu amo a Copa do Mundo, queria demais que o Brasil vencesse novamente.

Leia mais >
3

Pensando antes de dormir

Oi, leitores -- ou não.
Escrevo para dizer que estou ótima. Quando o PET e a consulta em São Paulo se aproximam, somados à certeza de que vou ter uma semana a mais de folga entre uma quimioterapia e outra, fico vibrando!

Esses dias assisti a um episódio de House, o fantástico médico que resolve todos os diagnósticos, de uma blogueira aficionada por contar todos os acontecimentos de sua vida.

Um dos possíveis diagnósticos para a garota do blog era câncer. Ela recebeu bem a notícia, mas perguntou quanto tempo de vida teria. Um ano. Tá, ficou arrasada.
As pessoas tiveram implantadas em suas mentes que essa doença é traiçoeira, só ouvem a palavra "câncer" e já imaginam a pior coisa do mundo, um monstro que extermina tudo... Como se realmente fosse assim!!

Dias depois os médicos retornam ao quarto dela para avisar que não, ela não tinha câncer. Ela estava com uma doença de maior malignidade, que iria matá-la em 3 dias.
Viu aí??

Dizem que o número de fãs e pessoas que podem ser influenciadas está diretamente proporcional ao número de postagens do blog, à rapidez de atualizações.
Eu posso agradecer por não ter tantas novidades por aqui, pois, no meu caso, postagens constantes não querem dizer algo bom.
Na verdade, não necessito de fãs... Mas não deixarei nunca de compartilhar minhas vitórias!

Na sexta-feira, querendo companhia pra perambular pela cidade, convidei minha irmã mais nova para um passeio. Fomos ao banco, resolvemos o que eu queria, e acabamos no shopping.
Esbarrei em uma amiga, que me confessou uma grande preocupação: o tio estava com câncer nos ossos e em outros dois locais. A família estava triste e com medo do que pudesse vir a acontecer.
Eu logo disse: "Mas por quê? Eu tinha no osso, e ele desapareceu!"
Eu nunca relatei como essa minha prova começou (fico devendo), mas eu tinha tumores em muitas áreas do meu corpo. Não consegui contar quantos eram.
O médico que primeiramente iria cuidar de mim, um hematologista conhecido, confortou o meu pai, num momento de desespero: "Metástases não querem dizer nada."
É raro aceitar de uma vez, porém aliar a fé, a vontade de viver e a não-revolta a tratamentos eficazes é uma receita de resultado e sucesso.
Mesmo em tratamentos, recebendo quimioterapia, dá pra ser muito feliz!

De certa forma, meus olhos enxergam, hoje, o que ontem não conseguiam perceber.

Leia mais >
2

22ª quimioterapia acabou... Oba!

Nossa, vamos lá ao que interessa: eu fiz quimioterapia nessas duas últimas e acabei hoje!

Ontem eu passei mal por causa do tratamento, novamente. Coisinha chata, viu.
Assim que acabei de almoçar, fiquei tonta, e imagino que a pressão tenha caido. De toda forma, não consegui desmarcar os meus pacientes e fui trabalhar, já me tremendo de frio -- mas sem febre. Toda vida começa assim...
Em uma hora, eu realmente estava com febre, me sentindo sufocada com as máscaras, e exausta. Tive que sair da clínica às pressas, voltei pra casa e fui direto pro hospital. Estava o puro abuso!

Fiz exame clínico e o médico que me atendeu passou vários exames de sangue, pra ter ideia do que estava acontecendo. Mas ele achava mesmo que era só resultado da quimioterapia, e realmente foi conclusivo.
Voltei a tomar um corticóide, que ele disse que iria me animar mais. É, pelo menos estou bem agora.

Estou feliz também, porque vou passar exatamente 23 dias sem receber medicamento algum, que a próxima vez é só depois de São Paulo. E de lá, ninguém sabe o que vem por aqui...

Dr. Buzaid, o médico que acompanha o meu tratamento, havia feito um pedido: eu deveria levar as lâminas da minha biópsia para um laboratório em Botucatu, onde seria feito um exame chamado c-erbB2. Eu recebi as explicações, mas juro que não consigo entender direitinho... O que sei é que, dando positivo para esse elemento, minha medicação iria ser alterada, porque eu poderia tomar um anticorpo monoclonal, que não me traria efeitos adversos -- ou os reduziria bastante.
Procurei no Google sobre o exame, e só encontrei referências ao câncer de mama.
Dois dias atrás recebi o resultado, e ele foi negativo. Então, agora é que não dá mesmo para suspeitar o vem pela frente...

Estou ansiosa!

Leia mais >
2

D10S22

Olha só, os dias estão passando e eu vou me ocupando com as minhas besteirinhas, acabo nem recordando de deixar os acontecimentos por aqui!

Segunda-feira eu comecei a dar aula num curso técnico aqui em Fortaleza, algo que me interessa bastante, pois amo estar ali na frente da sala de aula, preparar apresentações e divulgar meu conhecimento. Poderia -- já sendo -- ser professora facilmente!

Ontem fui atender e me cansei bastante. Sabe quando você atende só paciente querendo encrencar com as normas da empresa? Apesar de eu pouco entender os procedimentos, sei o que não posso fazer ali dentro, e acabo falando quase nada, uma vez que não sei dar as devidas explanações... Os pacientes, graças a Deus, me tratam bem, mas isso desgata a pessoa! Fica um gritando de um lado, outro fazendo ligações escandalosas, aí chega e reclama pro superior... Quero sossego!!

Ultimamente, tenho desejado muito sossego... Apesar de não aturar ficar em casa o tempo todo, fazendo nada, tenho preferido descansar mais. Não sei se é a quimioterapia que tá ajudando também, né? E minha tosse ainda não parou, ô bicha insistente!

Meus cabelos continuam caindo, mas estou estranhando a demora para eles se extinguirem. Acho que, das outras vezes, eu mesma passava a mão na cabeça de tudo que era jeito, para acabar logo com a perturbação... Hoje eu já tenho um cuidado enorme... Deixa ele aqui, né? Pra que eu ficar totalmente careca de novo? Vai ser natural agora.

Então, a quimioterapia está indo bem nessa semana. Estou gostando mais que da passada. Fiquei inquieta com a medicação, com o porte, com as ânsias... Continuo enjoando, mas consegui controlar.

Por hoje é só!

Leia mais >