Quem sou eu

Eu me chamo Lara Ferreira Rocha e tenho 25 anos. Sou dentista, paciente oncológica, e moro em Fortaleza. Tenho muita história pra contar...
Em agosto de 2008, fui diagnosticada com câncer no abdômen. Meu tipo é raro, um tumor desmoplásico. Como ele, eu sou rara também. Sou animada com a vida, tenho fé em Deus, sou engraçada, sorridente, feliz, simpática e tantas vezes ingênua.
Conto, aqui, algumas de minhas novidades, além de escrever o que penso, o que vejo, o que sinto.

Eu penso muito no amor, com certeza.
Espalhe todo bom sentimento por onde andar, ame você também!



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Viver, viver, viver!

Tô pertinho de completar dois anos de tratamento, e fiquei pensando, pensando.

A primeira vez que retornei a São Paulo, após o diagnóstico e o 1º PET, tive uma melhora de 95%. Isso foi no começo de 2009.
O médico falou: "Esses 5% que restam podem ser bem mais difíceis de desaparecer que os 95%."
Eu acreditei, mas não queria que fosse verdade.
Se desapareceram 95% em 5 ou 6 meses, porque os 5% não iriam ser fichinha?

Com a constante revisão, eu quase chorei quando, ainda no começo, me iludi pensando que ia receber alta. Cedo demais.
Depois dessa, me aquietei. Percebi que as coisas não eram desse jeito. Afinal, não era brincadeira.
Hoje estou mais consciente dos fatos, mas eu me sinto tão bem, que é difícil não acreditar na cura. Realmente difícil.

Me corta o coração ouvir que a doença está estável, ao invés de um "Zerou, vá com Deus", mas não vou me acabar por isso.

Hoje comecei uma nova quimioterapia, quase chegando ao trigésimo ciclo -- de 1, de 5 e de 10 dias.
Que diferença faz?
Eu teimo em ser ótima, e minha rotina se baseia no tratamento, portanto vivo várias restrições... Mesmo assim, acho que tenho o direito de aproveitar meus dias da melhor forma possível. E possível quer dizer não me trancafear em casa, como a maioria dos pacientes faz.
Por que isso???

De que adianta ficar em casa, descansando o que não é preciso descansar? Não é melhor ter uma vida ativa?
Estudar no colégio ou na faculdade, trabalhar, fazer compras, resolver problemas... Some tudo e terá o que tinha antes. Fora eu não poder me planejar em longos prazos, pra daqui a três meses, por exemplo, e ter minha agenda focada na quimioterapia, vou contar: tô dentro!
Tô dentro do cinema, dentro da festa, dentro da praia, dentro da casa dos amigos...

Se você conhece alguém que resolveu restringir a vida social, manda essa criatura me ligar, me dar um sinal de fumaça, fazer uma visita, me escreve um e-mail. Ficar neutro é que não dá!

2 comentários:

Livia Fiuza disse...

Lara, eu tenho TANTA CERTEZA na tua cura.. tanta, tanta!! Na minha família já tivemos váriosss casos de câncer e a vida ganhou em todos eles. E olha que as pessoas nem eram tão determinadas como você. Tenho certeza que vc receber alta é uma questão de tempo!

E dou o maior apoio à campanha de levar uma vida normal.. e eu estou aqui pra contribuir pra isso!!!

Beijos

Lara disse...

Eu tenho muita certeza também!! Isso que dá força, sabia? E o amor que eu recebo também, pois sou bastante agraciada. :)

Lívia, e tu tá contribuindo fantasticamente, hein! Não posso nem dizer o quanto retomar essa amizade está sendo legal!

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