Quem sou eu

Eu me chamo Lara Ferreira Rocha e tenho 25 anos. Sou dentista, paciente oncológica, e moro em Fortaleza. Tenho muita história pra contar...
Em agosto de 2008, fui diagnosticada com câncer no abdômen. Meu tipo é raro, um tumor desmoplásico. Como ele, eu sou rara também. Sou animada com a vida, tenho fé em Deus, sou engraçada, sorridente, feliz, simpática e tantas vezes ingênua.
Conto, aqui, algumas de minhas novidades, além de escrever o que penso, o que vejo, o que sinto.

Eu penso muito no amor, com certeza.
Espalhe todo bom sentimento por onde andar, ame você também!



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Melhorando e gostando

Hum, como estão todos? Eu estou ficando cada vez melhor. As notícias estão cada vez mais esparsas, mas está tudo tranquilo.
Ainda não estou correndo, fazendo arte, de jeito algum!

Quinta-feira, após análises minha e de meus exames de sangue, ficou decidido que eu estava em condições de receber a droga da quimioterapia, e assim foi feito.
Sexta, recebi a visita de um dos meus médicos, que fez mais exames básicos -- aqui em casa mesmo, né? --, e reafirmou que estava vendo outra pessoa naquele instante.
Eu sei é que há alguns dias eu vinha prestando atenção na barriga. Achava que ela não estava mais amolecendo, como é para ser: estava durinha e estava aumentando de tamanho, não diminuindo. Isso não era possível!
Depois de me olhar novamente, ele concordou e marcou uma para-sentese (retirada de líquidos).

Sábado fui ao médico e tive que andar todo o percurso, que incluía uma pequena escada e longo corredor. Sentei na poltrona e parecia que eu tinha andado quilômetros. A volta foi igualmente dolorosa, isso me tirou forças, mas logo as esqueci.

Domingo curti um chochilo delicioso, o que, infelizmente, fez com que eu não curtisse tanto o meu amor maravilhoso no dia dos namorados.

Ontem e hoje eu pude perceber uma grande diferença no meu estado físico, me achei mais disposta.

Beijos!

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Recuperação

Gente, desculpem pela demora, mas eu passei quase um mês internada. Tive problemas com os níveis de albumina, minha barriga inchou, e ainda estou me recuperando.

Estou bem melhor do que estava antes.

Beijos

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Notícias

Então, gente, como vocês estão?
A recuperação é demorada, mas meus médicos, analisando os meus últimos exames, afirmaram que eu estou boa, posso voltar às atividades normais.
A anemia persistiu e eu estou tomando ferro, para que os níveis melhorem.

Eu estou me sentindo muito melhor mesmo, sem comparação. Continuo sem conseguir comer, ô negocinho chato!
A nutricionista explicou umasc oisas pra mim, e aqui vai o que eu entendi: a pessoa não se alimenta direito e acaba emagrecendo muito rápido, certo? O corpo não pega energia da gordura, que seria o mais legal pra nós. Ele pega das proteínas que você tem armazenadas.

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Lenga-lenga

Gente, não sei se todos sabem, acredito que não, porque eu mal dei notícias, mas eu acabei me internando de noooovo por causa do fígado.
Relembrando, né: desde o ano passado, no finzinho, eu já sentia os sintomas de um fígado que não estava funcionando como deveria.
Em janeiro, coloquei um novo stent, que logo dobrou e me causou fortes dores, me obrigando a trocá-lo.
Fiz isso no começo de março, o que deveria ter dado fim, mas depois parou de funcionar, me dando mais dores, e eu fui pra cirurgia, novamente, ontem.

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The Flash

Quinta-feira, logo depois de publicar aqui, saí com uma de minhas irmãs perambulando por vários lugares, a fim de buscar remédios, ir ao médico, pegar uma guia correta para a troca do stent, e ainda ir ao plano de saúde pegar a autorização do procedimento.

Eu havia só almoçado, e pouco, porque continuo sem vontade de comer. Perto das três da tarde, o estômago já roncava. Como não tinha como parar a programação do dia para comer, combinamos, eu e minha irmã, de jantar logo que saíssemos do prédio do plano de saúde.
Às 17 horas, eu mal aguentava de tanta fome. À essa altura, estava esperando a autorização do meu procedimento.
Me levantei e fui buscar umas mini-bolachinhas cream cracker, única saída naquele momento. Bolachas e um copo d'água.
Praquele instante, bastou.

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Ótima!

Aê, meus queridos, estou de volta!
Como é bom estar bem de novo, viu? O mais importante é que estou comendo tuuudo de novo! (Olha a minha alegria!)

O tempo passando cada vez mais rápido... Por que mesmo, gente?
Falando que nem uma jornalista agora, tenho tantas ideias pra escrever, tantas pautas, mas cadê o tempo?
Porque, sinceramente, esse negócio de ficar até altas horas fazendo algo pra me estressar passou, não existe. Me poupo dum negócio desses.

Meu tratamento na segunda-feira foi ótimo. Como os remédios vão "perdendo" o efeito após o uso constante, eu já nem fico mais tão sonolenta com o anti-alérgico que eu tomo pré-quimioterapia -- vou continuar chamando de quimioterapia, tá? Apesar de ser um tratamento diferenciado, assim fica mais fácil eu me fazer entendida.

Fiquei muito triste observando uma pessoa na clínica onde eu faço o tratamento. Vi como somos tão frágeis! Vi que eu estou errada em falar que as pessoas são fracas e medrosas... Mas isso fica pra outro dia.

Beijos!

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Notícias!

Uaaaaau! Meu povo, vou tentar resumir meus dias: exames, viagem, fadiga, volta à Fortaleza, internação, "arrumação" do fígado, dor, volta pra casa, descanso integral...

Sabe quando você diz: "Tem dia que não tem nada pra fazer, e tem dia que eu sou convidada pra três festas diferentes?"
Então, é mais ou menos isso: tem dia que você tá o máximo, a saúde superboa, e tem dia que você tá ruim que precisa consertar tudo ao mesmo tempo!

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Muito bem

Ô demora pra eu dar notícias, hein?
Eu acabo falando quase tudo no Twitter e aqui eu demoro a reunir as ideias.

De pronto, percebi que a mobilidade do meu braço esquerdo estava enorme em comparação com as outras duas últimas cirurgias que envolviam catéteres. O curativo estava pequeno e eu não sentia a pele repuxar. Ponto positivíssimo.

A cicatriz está bem sequinha, sem secreções, e eu tô conseguindo mover o meu braço quase que totalmente. Tá ótimo. Agora, como sempre, é vestindo um sutiã 24 horas por dias, 7 dias por semana. Não dá pra tirar, pois a região do corte é imediatamente acima do seio, e qualquer movimento extra dá razão à gravidade.
Comecei até a tomar banho de biquíni, achei mais esperto de minha parte. Num foi uma boa?

De mais, só as superpontadas favorecidas pelo processo de cicatrização, mas hei de entender que é um sinal de recuperação celular, né?
Parece que elas vêm lá de dentro, como se puxassem a pele machucada cada vez mais para dentro do corpo. Não dá pra explicar pra quem nunca sentiu...
Mesmo assim, estou sentindo pouco, se eu for comparar com as minhas lembranças.

Estou me sentindo muito bem, tanto é que meu feriado não foi atrapalhado pela cirurgia. Saí de casa, me diverti com os amigos, brinquei, namorei, fui ao cinema, tudo uma beleza.

Graças a Deus, tenho sido muito abençoada.

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Novo protocolo

Eu havia listado aproximadamente 9 atividades para resolver na segunda-feira. O novo protocolo de tratamento era uma delas.
Levantei crente que ia resolver pelo menos a metade.

Quando cheguei ao hospital, percebi que aqueles "10 minutinhos" dos quais o dr. Buzaid falara iriam ser umas "2 horinhas". De cara. Mas não foi bem assim.

Meu médico também estava doente e não havia chegado ao consultório ainda. Fui me pesar e conversei com a enfermeira, que disse que a medicação ia infusionar durante 1 hora.
Fiquei imaginando: "Uma hora? Não era pra serem 10 minutos?"
Eis que ela responde que lá eles trabalham assim, com esse procedimento. Ok.

Rapaz, quando começou, eu tive que tomar alguns remedinhos antes do tratamento propriamente dito. Um deles era um anti-alérgico muito forte. Nunca tinha tomado.
Pense aí numa pessoa que ficou grogue, grogue. Parecia que tava tudo em slow motion, quando alguém chegava perto, eu tomava o maior susto do Brasil.
Fiquei pensando que devia ser assim que as pessoas se sentiam quando estavam drogadas, sério mesmo. Eu me senti muito doida.

Nesse intervalo, comecei com uns tremeliques e me deu uma febre, e eu não pude inicar o tratamento. Sei que cheguei antes das dez da manhã e só fui terminar, por causa febre, quase 4 e meia da tarde. Pelo menos, a febre baixou e eu pude ter minha primeira não-quimioterapia.
E saí correndo, que tinha uma consulta com um infectologista às 16:30h, exatamente.
Minha "gripe" é uma boa sinusite.

Cheguei em casa mortinha.
Hoje estou bem, vou já trabalhar. :)

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Viver, viver, viver!

Tô pertinho de completar dois anos de tratamento, e fiquei pensando, pensando.

A primeira vez que retornei a São Paulo, após o diagnóstico e o 1º PET, tive uma melhora de 95%. Isso foi no começo de 2009.
O médico falou: "Esses 5% que restam podem ser bem mais difíceis de desaparecer que os 95%."
Eu acreditei, mas não queria que fosse verdade.
Se desapareceram 95% em 5 ou 6 meses, porque os 5% não iriam ser fichinha?

Com a constante revisão, eu quase chorei quando, ainda no começo, me iludi pensando que ia receber alta. Cedo demais.
Depois dessa, me aquietei. Percebi que as coisas não eram desse jeito. Afinal, não era brincadeira.
Hoje estou mais consciente dos fatos, mas eu me sinto tão bem, que é difícil não acreditar na cura. Realmente difícil.

Me corta o coração ouvir que a doença está estável, ao invés de um "Zerou, vá com Deus", mas não vou me acabar por isso.

Hoje comecei uma nova quimioterapia, quase chegando ao trigésimo ciclo -- de 1, de 5 e de 10 dias.
Que diferença faz?
Eu teimo em ser ótima, e minha rotina se baseia no tratamento, portanto vivo várias restrições... Mesmo assim, acho que tenho o direito de aproveitar meus dias da melhor forma possível. E possível quer dizer não me trancafear em casa, como a maioria dos pacientes faz.
Por que isso???

De que adianta ficar em casa, descansando o que não é preciso descansar? Não é melhor ter uma vida ativa?
Estudar no colégio ou na faculdade, trabalhar, fazer compras, resolver problemas... Some tudo e terá o que tinha antes. Fora eu não poder me planejar em longos prazos, pra daqui a três meses, por exemplo, e ter minha agenda focada na quimioterapia, vou contar: tô dentro!
Tô dentro do cinema, dentro da festa, dentro da praia, dentro da casa dos amigos...

Se você conhece alguém que resolveu restringir a vida social, manda essa criatura me ligar, me dar um sinal de fumaça, fazer uma visita, me escreve um e-mail. Ficar neutro é que não dá!

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Oi :)

Oi, gente! Como vocês estão??
Só mandando notícias, senão isso aqui não é atualizado nunca!!

Eu fui ao Rio de Janeiro nesse final de semana, pois tinha que fazer a entrevista no Consulado Americano para tentar conseguir o visto. Deu tudo certo, graças a Deus.
O cara que me atendeu lá tava tão doido que achou que eu tivesse uma irmã gêmea de mesmo nome.
"Não, moço, meu nome é Lara! O nome da minha irmã é Lana."

Eles têm todos os detalhes anotados no computador, mas perguntam a mesma coisa só para conferir e pegar quem tem algo a esconder escorregando na mentira, né?

Andei muito, dormi quase nada, tive que acordar supercedo em dois dos três dias em que estive lá.

E sabe de uma coisa? Eu estou me sentindo maravilhosamente bem, como se eu não tivesse nenhuma doença mesmo, como se eu pudesse fazer tudo o que quisesse. Acho o máximo essa sensação.

Beijos!!

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Consultinha

Tchan-tchan-tchan-tchan! A principal notícia chegou com a visualização do PET e a definição de um laudo pelo meu médico assistente.
Com as palavras dele: "Como está melhorando, vamos continuar do mesmo modo.", assim, de uma vez, quando entrei no consultório.

Eu não gosto, tá certo, não é nem por ser quimioterapia, mas porque são dez dias. Porém, o que faz o homem feliz, me faz feliz, e ele estava bem sorridente, graças a Deus.
O PET não mostrou quase diferença do último que eu fiz em maio. Ultimamente ele não tem se modificado o suficiente, mas o suficiente já é não haver neoformação de tumores e os resistentes não crescerem.

Às vezes, quando falo isso para as pessoas, acho que elas ficam um tanto quanto aborrecidas, como se imaginassem, lá dentro: "Não tem fim?"
Eu penso que isso se dá porque eu venho, repetidas vezes, realizando esse exame. Repetidas vezes, eu escuto que ainda não é a hora.
Quanto mais repetidas vezes vocÊ vivencia um acontecimento, mais ele lhe parece se prolongar... Mas não é verdade, nesse caso.

Não acredito que as lamúrias precisem existir.
O importante, sinceramente, é que não me cansa. Quer dizer, cansa, mas não cansa. Eu sei o quanto é difícil, mas tenho fé. Um dia esse impostor vai embora. Enquanto ele não vai, eu estou ótima, mesmo assim.

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Glicose

Antes de viajar, preciso fazer exames de sangue de tudo que é jeito, para mostrar ao médico de São Paulo, o dr. Buzaid.
Normalmente, eu vou lembrar dos exames já muito tarde, quando não tem mais condições de eu fazer um jejum prolongado. Nem por causa da minha fome, mas por causa do tempo.

Terça-feira, duas horas antes do voo, eu nem sei o que estava fazendo, correndo de um lado pro outro, a ideia do exame me ocorreu e eu tive que sair às pressas.
Chegando ao laboratório, a bendita atendente me pergunta se eu estou sem comer há oito horas. Claro que não estou, eu almocei. Tudo bem, meu médico me libera. Ficamos acertadas.

Quando a enfermeira/técnica em enfermagem vai colher meu sangue, ela simplesmente cisma com o meu exame de glicose e me faz assinar um termo de compromisso com a empresa, para que eu não os acusasse, no futuro proximo, de problemas com os resultados. Obviamente eu nunca faria isso e achei uma chatisse assinar aquilo, mas assinei.

Sabe quanto que a minha glicose deu, com a barriga cheia?
Oitenta e seis! Os valores de referencia vão de 70 a 99 mg/dL.
Vai dizer que uma alimentacao mais controlada e com pouco açúcar não valem a pena?

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De novo, vamos ao pós-operatório

Outro grande sucesso a cirurgia de ontem, para colocar o catéter em mim.
Diferente da primeira cirurgia dessas, quando eu estava bem debilitada (no começo do tratamento) e bem mais magra, o médico não encontrou nenhum problema e a cirurgia foi tão rápida quanto a da retirada.
Dormi a manhã quase toda, porque cheguei ao hospital de madrugada, sabendo que sairia de lá direto para a clínica, para receber a quimioterapia.
E eu tô tão gordinha que o cirurgião colocou um port-a-cath maior dessa vez.

Achei essa história de me deslocar de um lado pro outro um tanto quanto cansativa e desnecessária, mas assim foi.
Tanto é que saí da quimioterapia quase oito horas da noite -- dá pra acreditar? --, foi um suplício sem fim! Só não foi pior porque eu dormi grande parte da tarde, também.

O braço direito ainda não está totalmente recuperado, apesar de os pontos já não estarem mais aqui. Sendo que não dá pra colocar peso, sinto a pele rasgando... Mas o braço esquerdo, recém-operado, não tem condições de fazer esforço algum!
Vou aproveitando essa moleza, né? :)

Fiquei muito feliz com meu pai me olhando e dizendo: "Minha filha, você está melhor do que nunca!"

Beijão!

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É cada uma...

É cada uma que me aparece, viu?
Sexta-feira, à certa hora, senti uma dorzinha nas costelas, mas não dei importância. Quando fui dormir, percebi que aquela dor estava me incomodando seriamente, a ponto de atrapalhar meu sono. Eu respirava e doía.
Sábado a dor continuou e eu comecei a pensar que eram gases acumulados em meu corpo. Cheguei até a comprar remédio para isso. Tudo bem...
Domingo amanheceu e a dor continuava. Dormir já estava ruim, porque eu mal conseguia me mexer na cama, que a dor era agudíssima.
Eu não podia respirar, rir ou tossir, que aumentava. Espirrar? Nem perigo!

Segunda-feira à noite resolvi ir ao médico descobrir do que se tratava.
Primeiro que o médico imaginou logo que eu estava com algum problema no pulmão: "Se você respira e doi, o problema deve estar no sistema respiratório."
Ok, tiramos algumas radiografias. Eu informei que havia batido as mesmas radiogrfias uma semana atrás, mas fui lá de novo.
Não era problema respiratório.

"Se não for problema respiratório, eu acho que você distendeu o músculo."
Então, olha só, não é que eu dei foi um jeito no músculo mesmo?
Não me pergunte como nem quando, porque isso eu não sei explicar.
E no final das contas, eu realmente estava cheia de gases (vocês sabiam que dá pra ver pela radiografia??), mas não era isso que me causava dor.

Estou tomando um analgésico e um relaxante muscular e está tudo ótimo, nem sinto nada.

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Atualizando

Atualizando as notícias de ontem: retornei ao infectologista, para mostrar meu exame.
Conclusão: sinusite. Pra quem entende um tiquinho de radiografias, tem muco logo acima do seio maxilar. (Dentistas de plantão, ai meus incisivos vestibularizados! Que horror!)

E dá-lhe remédio: é antibiótico, corticóide, protetor gástrico, anti-alérgico e solução para aspirar... Só pra tratar a sinusite.
Vou passar duas semanas cuidando desse probleminha, mas melhoro daqui a pouco. Até já me sinto melhor!

Fiquei apreensiva quanto à história de trabalhar, por que eu seria louca em querer levar uma vida como eu levaria, caso não estivesse em tratamento? Resolvi retomar o assunto com o médico e, felizmente, não fui proibida de atender. Preciso só usar uma máscara bico-de-pato, mas pra quem tem interesse, apesar de ser sufocante, será somente um acessório.
Já comecei a usar hoje, nem achei nada inoportuno.

Eu nem contei, mas ontem, na hora de fazer as radiografias, o técnico deve ter me achado a cara de bebê e ficou intrigado, fazendo mil perguntas: o que eu tinha, onde, como, desde quando, até quando etc. Respondidas devidamente, repito aqui as palavras de uma ação de fé: "...E quando ele aceitou Jesus como único salvador, ele ficou curado."
Infinitas vezes, isso é lindo! Fico supercontente com essas provas de esperança e crença na melhora!

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D8S21

Olá, gente!
Aqui vão as minhas novidades: estou gripada. Gripadona mesmo, tossindo e com dor nos ouvidos.
Isso, na verdade, não é nem novidade, porque já vai fazer uma semana amanhã.
Estou mole, cansadinha, e tenho pavor a ficar assim.
Ontem foi um dia difícil, porque passei o dia me sentindo mal, e com bastante cólica.

E quando fico me sentindo assim, fraca, é certeza: eu enjoo. E não deu outra mesmo, a noite acabou em muitos vômitos, infelizmente.

Ainda fiz um exame de sangue, às 22 horas do domingo, e estava acreditando que o resultado não ia ser bom. Mas, graças a Deus, tudo está ótimo!

De toda forma, pouco dormi e amanheci um abuso só. Não queria comer, não queria falar, não queria sair de casa... imagine começar mais uma semana de quimioterapia!
Sério, só de eu pensar que ia ter o porte perfurado (acessado) hoje novamente, me deu uma angústia. Eu fico agoniadinha quando me sinto assim, não quero fazer as coisas, não me dá nem vontade de tomar os remédios. Um saco.
E cansada, né? Também não queria ir trabalhar, porém não podia faltar.

Saí mais cedo e fui pra uma consulta com um médico infectologista querido, que cuidou de mim quando eu estava internada e eu ainda perturbo. (Eu perturbo todos os médicos que me atendem, coitados.)
Eu sei que ele me pergunta: "Você se formou? Você está trabalhando?", e quando eu confirmei, ele perguntou se eu era louca! Fiquei sem entender nada...
Fiz umas radiografias e amanhã vou mandar pra ele ver, escreverei mais!

Beijão!

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PET, aqui os seus resultados

Ah, cheguei em casa cedo da noite, o que é muito raro aqui em São Paulo. Hoje eu tenho tempo para escrever tudinho.
Vamos por partes: essa foi a viagem que me deixou mais serena possível. Não fiquei nervosa com a tensão pré-viagem e não me incomodei com o exame. Não posso negar que, minutos antes de chegar ao hospital Sírio Libanês para a consulta, comecei a ficar ansiosa. Aquele frio na barriga que me persegue...

Toda vida que entro por aquela porta do consultório, já me preparo para prestar atenção até nas palavras em inglês que o médico repete. Tinha até preparado o gravador, pois é só eu entrar no banheiro para vestir a bata, que ele abre a matraca e eu perco o começo das considerações.

Dessa vez ele saiu do rumo de sempre, porque foi interrompido por uma pergunta da mamãe: "E aí, o que foi que aconteceu?", e ele respondeu de imediato.
O PET nãos mostrou mudanças significativas. Na minha cabeça, só isso já era uma maravilha, pois nos últimos tratamentos, acontecia de um tumor fugir da droga e ir se instalar em outro local. Aí, pluft!, lá vinha aquele brilho no pulmão, perto do intestino... Ninguém merece!
Ok, voltando: então ele me explicou o porquê da melhora. Agora vou tentar explicar pra vocês também, combinado?

Não recordo se escrevi alguma vez isso -- acabo ficando repetitiva --, mas o PET expõe, através de imagens luminosas, que se destacam do preto e do branco, as áreas onde há atividades metabólicas intensas (entenda-se tumores).
Dito isso, não houve praticamente nenhuma alteração, se formos comparar o exame de outubro de 2009 e o desse mês. Mas por quê, enfim, melhorou?
Melhorou porque meu tipo de tumor, devido à alta agressividade, se espalha em questão de dias, se não tratado... E eu passei exatamente 45 dias sem receber remédio algum entre eles.
Eu só faço o PET depois de três semanas cessada a quimioterapia. Soma aí mais três semanas que eu passei, em outubro, sem fazer a quimioterapia, pois o plano de saúde não a liberou antes. E agora mais três semanas, novamente, antes do PET. Uau, um mês e meio!
Até eu me espantei.

Assim, eu estou bem feliz. Independente do que acontece ou do que for acontecer, eu acredito, de verdade, que tenho que receber os dias como os melhores possíveis, simplesmente por estar viva, porque não é fácil...
Mas também não é difícil. É a vida.

Algumas coisas são adiadas, outras são interrompidas, e o restante é realizado, pois ela -- a vida -- continua... fervorosa e esperançosa.

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Notícias, enfim

Pois é, até meu pai está reclamando que eu não escrevo mais nada por aqui. Não é por mal, é que toda vez fico pensando e não paro. E pra completar, ainda fiquei sem internet. Ela voltou a funcionar agorinha!

Bem, mas vamos por partes. A 19ª quimioterapia foi iniciada. A primeira semana foi bem tranquila, um pouco demorada, talvez. De toda forma, resolvi muita coisa. Fui ao Conselho de Odontologia atrás de conseguir minha carteirinha e meu número de inscrição, né? Só assim posso exercer a minha adorada profissão. Daí peguei, e foi a maior felicidade, não vou mentir. Um novo passo... um passo enorme!
Ainda me meti a fazer uma prova numa escola técnica da cidade, a fim de mostrar meus conhecimentos. Me inscrevi para dar aulas para aspirantes a técnicos em prótese dental (THD). A docência é algo que me apaixona.

A segunda semana começou bem mais animada, apesar de uma gripe. Meu exame de sangue demonstrou resultados maravilhosos! Fiquei bastante animada, não consigo recordar exame melhor que esse... E olhe que foi entre quimioterapias!
Então, durante a segunda semana, dei um jeitinho e comecei a distribuir meu currículo pelas clínicas odontológicas de Fortaleza. Sim, essas de planos odontológicos.
Alguém me perguntou se valia à pena, e eu digo que vale. Pra quem não tem trabalho, não tem nada planejado a longo prazo, é ótimo. E apesar de eu achar que não fui tão bem recebida (como gostaria de ter sido), alguns dias depois já fui convidada a exercer meus dotes odontológicos por aí.
Vocês nem imaginam a ansiedade para trabalhar! E o medo dos milhões de pacientes que estariam se acumulando na sala de espera, caso eu me prolongasse em algum procedimento? É, isso acontece... Mas deu tudo absolutamente certo!
O mais engraçado -- e aterrorizante -- foi atender uma família. Na verdade, eles foram meus primeiros pacientes. A mãe olhou para mim e foi logo dizendo que eu era nova demais, e perguntou, de cara: Você já trabalhou antes?
Antes de respoder, pensei "Ela não tinha outra pergunta pra fazer? Tinha que ser essa? e falei que não. Pra que fui dizer isso??
No fim, graças a Deus, todo mundo gostou de mim.

Assim, trabalhei outros dias, ganhei meu dinheirinho e fiquei alegre, de verdade. Conseguir suas próprias coisas é realmente bom.
Ah, e passei na prova para dar as aulas que eu tanto almejava! Legal, não? :) (Isso eu só soube na última sexta-feira, dia 22.)

Meu aniversário passou. Fiz 24 anos dia 17 de janeiro. Sei mesmo é que dia 17/1 é uma data concorrida: só eu conheço uns 5 aniversariantes.
Meu dia foi ótimo! Acordei a maior moleza, pois passei o dia anterior com cólicas abdominais terríveis. Fazia tempo que eu não sentia dor como senti, infelizmente. É uma sensação desagradável, não dá vontade de fazer nada, fico abusada na hora.
Voltando ao divertimento, comprei um bolo lindíssimo, cheio de brigadeiros, M&Ms e pirulitos coloridos. Reuni alguns amigos e comemos bolo e salgadinhos em casa. Eu simplesmente amo ficar em casa. Atendo os telefones, recebo os convidados... Amo isso.

Falar em bolo, vou contar: entrei na loja e fiquei esperando, junto com minha irmãzinha gêmea linda e amada, alguém nos atender. Daqui uns instantes, percebo alguém cutucar o meu ombro. Uma mulher solta uma dúvida: "Você usa o cabelo assim ou está fazendo tratamento?"
Quando pude lhe responder, ela narrou o que havia lhe acontecido, e que agora estava curada, desejando-me saúde e melhoras.
Fico supercontente quando vejo pessoas assim, quando vejo que há muita fé e muita esperança!

Como ela ficou na dúvida, eu suspeito que outros indivíduos também fiquem. Ainda mais porque, nesses dias, pintei as unhas de azul. Eu mesma acredito passar uma imagem diferente, como se esse estilo punk fosse o meu. Principalmente quando encontro senhores de mais idade, que me encaram assustados. Calma, calma!

Hoje eu sei que assustei alguém. Fui para Aquiraz fazer um concurso. Na escola onde iria fazer a prova, avistei uma dentista com quem estagiei no Hospital de Messejana enquanto estava no meio da faculdade. Eu a chamei pelo nome e ela olhou pra mim, como olharia para qualquer um, mas começou a abrir a boca, espantada. De novo: calma, calma!

Vocês não têm nem noção de quantas são as criaturas que nem sabem o que acontecem comigo. Apesar de me conhecerem, não me encontram, não me veem, não têm notícias minhas.
Como diria uma delas, "como ela iria adivinhar, se só via as fotos pela internet?"
Acontece, mas eu não queria ninguém mais boquiaberto. Melhor é me dar um abraço, um beijo, uma conversa. Fica a dica!

Beijos, beijos!

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Em 2010...

Ano novo, ano cheio de reflexões, de desejos e conjecturas.
Por qué é que, quando o fim de um ano chega, a gente só pensa no começo do próximo? Como se o primeiro não existisse, não tivesse valia. Na verdade, é mania de adiar.
É que nem a história de só começar dieta na segunda-feira. Quem foi que inventou isso? Quem quer fazer dieta começa agora, não espera uma data marcada.

Mas ninguém foge completamente dessa realidade. Enquanto dá, as pessoas usam os verbos protelar, transferir, diferir...

Cheguei à conclusão de que preciso mudar minha dieta alimentar. Não para uma comida mais leve, a fim de emagrecer, mas para ter uma alimentação mais saudável.
Eu disse: "Dia 1º eu começo a fazer umas mudanças..."
Vou ser mais realista, né? Dar uma reviravolta na vida, de uma hora pra outra, não tem condições. Eu não consigo.
Então, nessa, eu tô tentando tirar a carne da minha vida, o refrigerante, o doce. Minha prima perguntou o que eu iria comer. É, fica restrito, mas eu não serei drástica, não tem como.
Meu aniversário está chegando, e eu não posso comer nem bolo, torta, salgadinho ou beber um copo de Guaraná?? Vou comer peixe o dia todo?
É preciso dosar, com certeza.

Em muitos aspectos eu posso saber dosar a minha vida, mas uma delas não é a alimentação. Difícil isso, hein?

E assim 2010 apareceu, acabou que eu não detalhei minhas metas. Acho, agora, que talvez não seja preciso.
Eu estou ótima assim, e sei que só vou melhorar.

Estou na minha décima nona semana de quimioterapia. Passaram-se, pelo que eu contei, 500 dias.
Quando essa semana findar, vou parar um pouco, novamente, para esperar ir à São Paulo e fazer novos exames.
Eu estou tranquila. Não tenho expectativas, mas, dentro de mim, eu sei que essa medicação está me fazendo um bem absurdo.
Faz por dentro e por fora.

Assim, eu dou o meu obrigada a quem se solidarizou, a quem se emocionou, a quem se colocou em meu lugar. As pessoas têm se feito queridas, e fazem eu me sentir da mesma forma também.

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