Ai, eu não fiz quimioterapia nessa semana... de novo! Foi um dia chato, ontem.
Semana passada fui ao médico, aqui mesmo em Fortaleza, pegar as guias com o pedido da quimioterapia, para mandar para o plano de saúde. Assim, como eu farei em 10 dias, eu não poderia começar logo, então meu tratamento seria -- e foi -- adiado pra essa semana.
Na minha programação, eu iria para a faculdade no primeiro horário da manhã, faria a quimioterapia até a hora do almoço, e depois ia pra casa, descansar.
Ontem, então, acabei o meu atendimento e saí correndo para o hospital. Após esperar uma hora pelo cálculo da minha prescrição -- que não saiu, pasmem --, descobri que o plano de saúde ainda não tinha liberado a quimioterapia.
Pensei "Ok, então vou almoçar e depois volto...", pois era o tempo de eu receber um SIM.
Almocei, vi meus e-mails, resolvi pendências, briguei e cochilei esperando essa resposta. No fim, lá pras 4 horas da tarde, eu descubro -- imaginando -- que meu pedido foi absolutamente NEGADO.
O que eu já não tinha chorado até aquele momento, né? Perturbei enfermeiras, meu médico e até o médico de São Paulo, atrás de algo que pudesse me ajudar.
Então o dia foi tão estressante, tão cheio de decepção, que eu só chorei e fiquei deitada, porque até dor de cabeça me deu.
Acho que dormi umas 12 horas, direto... e não me alimentei. Hoje foi uma cobrança para eu comer direito. Sinceramente, a minha preocupação era maior do que qualquer coisa.
Eu tenho um câncer super-raro, que se dissemina numa velocidade supersônica, e todo o meu tratamento é baseado em estudos novos, recentes. Daí me vem o plano de saúde, que é pago, já libera minha quimioterapia há pouco mais de um ano, e me nega a continuação da mesma, do nada, no meio do tratamento???? Quer me matar?
Como é que eu posso ficar boa, se o que é meu de direito, eu não posso usufruir?
A auditoria médica diz, em defesa, que não pode aceitar e custear uma medicação cara (são R$2073 por dia, totalizando R$20730), sem saber se ela vai fazer efeito, que comprovação científica o seu uso tem.
A verdade é que os dados que dão suporte ao tratamento proposto são pouco robustos e se baseiam em parte na literatura e em parte em consultas com experts de hospitais americanos.
Que culpa eu tenho que eles não se atualizam?
Aí me vem aquele pensamento que não sai nunca de mim: e quem é pobre e não pode pagar, faz o que? Quem paga passa por perrengue, imagine quem só espera pelo serviço público.
No fim das contas, tá tudo quase pronto para entrar com uma ação judicial contra o plano de saúde. Se não vai por bem, vai por mal.
O que eu não posso é interromper minhas quimioterapias e esperar, de mãos abanando, que eles façam uma caridade para mim.
Sendo sincera, eu quero mais é que eles percam todas as ações que a gente puder abrir contra eles.
Além de eu ter ficado hiperchateada, chorado a tarde toda, me estressado o equivalente a 1 ano de vida, meu tratamento foi adiado, e eu simplesmente não posso atrasar.
É duro, viu.
Hoje já estou mais calminha, até ri, porque as coisas estão caminhando...
Beijos!
Semana passada fui ao médico, aqui mesmo em Fortaleza, pegar as guias com o pedido da quimioterapia, para mandar para o plano de saúde. Assim, como eu farei em 10 dias, eu não poderia começar logo, então meu tratamento seria -- e foi -- adiado pra essa semana.
Na minha programação, eu iria para a faculdade no primeiro horário da manhã, faria a quimioterapia até a hora do almoço, e depois ia pra casa, descansar.
Ontem, então, acabei o meu atendimento e saí correndo para o hospital. Após esperar uma hora pelo cálculo da minha prescrição -- que não saiu, pasmem --, descobri que o plano de saúde ainda não tinha liberado a quimioterapia.
Pensei "Ok, então vou almoçar e depois volto...", pois era o tempo de eu receber um SIM.
Almocei, vi meus e-mails, resolvi pendências, briguei e cochilei esperando essa resposta. No fim, lá pras 4 horas da tarde, eu descubro -- imaginando -- que meu pedido foi absolutamente NEGADO.
O que eu já não tinha chorado até aquele momento, né? Perturbei enfermeiras, meu médico e até o médico de São Paulo, atrás de algo que pudesse me ajudar.
Então o dia foi tão estressante, tão cheio de decepção, que eu só chorei e fiquei deitada, porque até dor de cabeça me deu.
Acho que dormi umas 12 horas, direto... e não me alimentei. Hoje foi uma cobrança para eu comer direito. Sinceramente, a minha preocupação era maior do que qualquer coisa.
Eu tenho um câncer super-raro, que se dissemina numa velocidade supersônica, e todo o meu tratamento é baseado em estudos novos, recentes. Daí me vem o plano de saúde, que é pago, já libera minha quimioterapia há pouco mais de um ano, e me nega a continuação da mesma, do nada, no meio do tratamento???? Quer me matar?
Como é que eu posso ficar boa, se o que é meu de direito, eu não posso usufruir?
A auditoria médica diz, em defesa, que não pode aceitar e custear uma medicação cara (são R$2073 por dia, totalizando R$20730), sem saber se ela vai fazer efeito, que comprovação científica o seu uso tem.
A verdade é que os dados que dão suporte ao tratamento proposto são pouco robustos e se baseiam em parte na literatura e em parte em consultas com experts de hospitais americanos.
Que culpa eu tenho que eles não se atualizam?
Aí me vem aquele pensamento que não sai nunca de mim: e quem é pobre e não pode pagar, faz o que? Quem paga passa por perrengue, imagine quem só espera pelo serviço público.
No fim das contas, tá tudo quase pronto para entrar com uma ação judicial contra o plano de saúde. Se não vai por bem, vai por mal.
O que eu não posso é interromper minhas quimioterapias e esperar, de mãos abanando, que eles façam uma caridade para mim.
Sendo sincera, eu quero mais é que eles percam todas as ações que a gente puder abrir contra eles.
Além de eu ter ficado hiperchateada, chorado a tarde toda, me estressado o equivalente a 1 ano de vida, meu tratamento foi adiado, e eu simplesmente não posso atrasar.
É duro, viu.
Hoje já estou mais calminha, até ri, porque as coisas estão caminhando...
Beijos!
2 comentários:
Olá Lara,
Lendo este teu último post, me senti na obrigação de comentar. É fato que muitas pessoas reclamam de suas vidas. Pessoas com oportunidades nas mãos, uma boa casa, uma boa família, com saúde, mas vivem reclamando da vida.
Eu vejo a força dos teus comentários, a vontade de viver a vida intensamente, seja a cada dia que passa. A vontade de passar por todos os obstáculos. A vontade de chegar no final e dizer, sim eu consigo. Sim eu posso.
Que bela força de vontade! Desejo do fundo do meu coração que a sua quimioterapia comece logo e que você tenha forças para suportar tudo que ainda vier.
Eu sei. Eu tenho certeza, que existe um Deus e ele está olhando por você todos os dias.
No final dessa caminhada, você vai nos presentear com um livro, sim um livro, porque não? A história de viver a vida, lutando contra tudo e todos é um grande exemplo para quem se encontra em uma situação difícil.
Desejo para te muito sucesso e muita saúde, que você fique boa logo. Estou aqui torcendo para você! :)
Rafael, acho que todo mundo tem um instinto de sobrevivência, né? Até os animais irracionais têm! Ainda mais quando sabem que estão em perigo! Por que eu não teria?
É que a gente vive achando tudo normal, tudo ótimo, e dá mais valor quando precisa de verdade.
Muito boas as suas palavras, vou guardá-las e pensasei seriamente a respeito de um livro... Será que alguém publica?? hehehe Que aqui na internet é fácil, eu escrevo o que eu quero, e mesmo alguém não gostando, tá aqui pra quem quiser... Agora vamos ver isso impresso, é diferente! hehehe
Fique bem! :*
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