Quem sou eu

Eu me chamo Lara Ferreira Rocha e tenho 25 anos. Sou dentista, paciente oncológica, e moro em Fortaleza. Tenho muita história pra contar...
Em agosto de 2008, fui diagnosticada com câncer no abdômen. Meu tipo é raro, um tumor desmoplásico. Como ele, eu sou rara também. Sou animada com a vida, tenho fé em Deus, sou engraçada, sorridente, feliz, simpática e tantas vezes ingênua.
Conto, aqui, algumas de minhas novidades, além de escrever o que penso, o que vejo, o que sinto.

Eu penso muito no amor, com certeza.
Espalhe todo bom sentimento por onde andar, ame você também!



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Identifique-se

Quando eu digo que presto atenção em quem está na mesma situação que eu, nunca vou mentir. É espontâneo: olho e já sei. Tenho certeza: reconheço cada particularidade, porque me reconheço. E é bonito isso!

Ser diferente é bom, porque todos nós realmente somos únicos, e nunca haverá de existir um ser totalmente igual... Como não há de existir a possibilidade de sermos substituíveis, uma vez que somos únicos... Mas eu simplesmente amo perceber que não vivo sozinha, que não tenho gostos exóticos, que concordo incrivelmente com opiniões tão variadas!

Dessa forma, seres semelhantes me fazem sorrir. Aí não será senão uma amizade? Do modo como eu encaro, sim, é amizade. Nossos amigos não nos assemelham? Claro! E eu vejo, dentre todas essas carequinhas, esses pacientes, amigos meus. Queridos! Gente que precisa de amor, que gosta de se exprimir, que não quer -- e nem necessita -- guardar pra si o que está se sucedendo.

Ontem vi a primeira palestra inteiramente interessante, a meu ver. Era sobre oncologia e os cuidados do paciente oncológico.
Durante as discussões, ficava só confirmando o que ouvia com a cabeça. Os outros deviam estar só olhando aquele lenço balançando para cima e para baixo. Acho até que alguns nem compreendiam o que estava acontecendo: era da minha vida que estavam comentando.
Ok, não era dela, mas era da vida de pessoas que estavam percorrendo o mesmo caminho que eu. Eu me incluo nessa também.
Juro que existiram momentos em que pensei: "Ué, sou eu ali falando de mim? Acho que poderia levantar a mão e dizer que já passei por isso."
Bem, acho que poderia viver de palestras motivacionais... Num é??

Mas, sinceramente, eu percebia muito mais sofrimento no discurso das palestrantes do que na minha vida propriamente dita, sem erro.
A gente vive a vida que escolhemos viver. No que puder ser modificado através de nosso esforço, é aí que reside o poder da mudança. Nós temos um poderoso poder de escolha. Você escolhe viver feliz ou ser miserável? Você escolhe ajudar aos outros ou causar-lhes o mal? Você escolhe descansar ou ser ativo? Escolhe, né?
Então pode escolher considerar-se doente ou saudável, e viver baseando-se nesse princípio. Considere-se saudável, por favor! Pensar nessa hipótese é o mesmo que deixar a doença dominar.

Posturas adequadas são posturas realistas, porém positivas. Não aceito pessimismo e sua tendência a enxergar e julgar as coisas pelo lado mais desfavorável possível. Sai pra lá!

"A grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não inclui qualquer espécie de comércio." (Antoine de Saint-Exúpery)
É uma troca justa, digna.

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