Quem sou eu

Eu me chamo Lara Ferreira Rocha e tenho 25 anos. Sou dentista, paciente oncológica, e moro em Fortaleza. Tenho muita história pra contar...
Em agosto de 2008, fui diagnosticada com câncer no abdômen. Meu tipo é raro, um tumor desmoplásico. Como ele, eu sou rara também. Sou animada com a vida, tenho fé em Deus, sou engraçada, sorridente, feliz, simpática e tantas vezes ingênua.
Conto, aqui, algumas de minhas novidades, além de escrever o que penso, o que vejo, o que sinto.

Eu penso muito no amor, com certeza.
Espalhe todo bom sentimento por onde andar, ame você também!



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É perdoando que se é perdoado

Hoje me deu um clique e eu resolvi falar sobre o perdão. Nem lembro se esse assunto já foi discutido, mas eu sei que não da maneira como vou dizer agora. Isso eu sei.

Vou fazer uma analogia.
A vida é uma avenida. No seu percurso, existem algumas pequenas ruas que a cortam. E no meio da direção, alguns carros nos atrapalham, andam devagar demais pra nossa euforia; caímos em buracos e também conseguimos sair; batemos o carro e ficamos arrasados. Nós passamos a rua que queremos entrar e ficamos zangados por termos perdido a chance.

A gente tem o livre-arbítrio e, com ele, a opção de escolhermos o que pensamos ser o melhor para nós. Como diria o poeta, "cada escolha, uma renúncia, isso é a vida".
E a cada escolha que fazemos, perdemos algo. Isso não é, necessariamente, ruim. Eu posso escolher ficar em casa ao invés de viajar e, com isso, me livrar de um acidente.
Eu escolhi ficar em casa e renunciei ao divertimento, não é mesmo? Mas me salvei.

Bem, mas também fazemos más escolhas.
Eu me arrependo de uma coisa que fiz. Sempre lembrava disso, de como não devia ter feito nada, de como coisas que eu não queria aconteceram devido à minha -- péssima -- decisão. Muita gente acabou brigando, se afastando, e eu sentia falta.
Apesar de eu ter buscado uma reconciliação, não aceitei o meu erro de um todo (no momento), e não resolvi a desunião.

Os dias foram passando, e eu não me perdoava.
Afinal, a culpa era minha. Eu já conseguia ver tudo aquilo como minha culpa, totalmente: apesar de eu não ter incentivado o começo dela, eu pus em prática, não é verdade?
Então é preciso assumir os seus atos. Então era preciso que eu assumisse os meus atos.

Eu sofria, acredita? Não tanto, claro, mas quando eu recordava, eu me sentia mal. Uma sensação chata, que incomoda um bocado.
Eu não entendia como tinha agido daquele jeito. Eu não aceito atitudes como a que eu tive, não mais. Na verdade, nunca fui de acordo; e ainda assim, concordei, de certa forma.
Quando eu pude, quando eu consegui realizar que eu não precisava mais sofrer, que eu podia ter esse perdão, eu me perdoei.
Eu entendi que necessitava ficar bem comigo, ficar bem com o próximo. Isso significava ficar bem primeiro comigo. Ficando bem comigo mesma e me perdoando, não me acusando de todos os erros, eu também poderia ser perdoada.

Procurei, depois, a quem eu havia decepcionado. Não tive resposta.
Apesar de ter sido ignorada, eu estava com a consciência tranquila, não limpa -- porque o que está feito não pode ser desfeito, mas pode ser consertado.
Conciente da minha falta, eu tentei me retratar. Eu tentei não somente uma vez, tentei várias. Ainda assim, nada.
Quando eu vi que as minhas tentativas de reconciliação não estavam surtindo efeito, eu parei. Deixei o tempo dar a resposta.

E ele deu.
Na minha cabeça, Deus age divinamente.
Ele sabe que eu me enganei, que eu demorei a perceber, mas eu corri atrás do prejuízo. Ele agiu em mim.
Como eu não obti nenhuma reação do lado ofendido, Ele agiu nele.

Hoje eu estou me sentindo ótima, porque o verdadeiro perdão foi compravado. Porque não adianta perdoar e não querer mais ver aquela criatura. Que perdão é esse?
Perdoar só da boca pra fora é fácil demais, todo mundo consegue.
Perdoar verdadeiramente é passar uma borracha no que já foi e construir uma nova história.

É perdoando que se é perdoado.
Não queria mais que isso em troca, deseje somente o perdão. Não é preciso que ninguém se humilhe, que lhe agradeça por toda a vida... O perdão é um presente, um grande presente.

5 comentários:

Alexandra Alves disse...

eu li teu blog então e achei um dos textos mais perfeitos que vc já escreveu!
lindo Larinha...

Fátima disse...

vc é muita madura pra sua idade, gostei muito dessa colocaçao
concordo com suas palavras , sempre falo isso aos meus filhos, a vida é uma escolha,uma opçao, vc nao pode ter tudo,,, bjs

Lara disse...

Amigas, que bom :) Fico muito feliz com isso!
Eu reli agora e ainda queria ter falado mais, porque ainda não foi suficiente... Acabei falando só de mim. Mas vou copiar um texto que eu ouvi ontem na palestra do SECE, amei demais! Vocês também vão adorar, tenho certeza. :)

E Fátima, sério, eu não sou madura assim pra minha idade. Estou compatível com ela, eu acho.

Anônimo disse...

Concordo com voce quando voce diz que perdoar de verdade é construir uma nova historia, mais tem casos que é sábio perdoar e sair de perto, pois tem pessoas que agente passa a vida inteira tendo que perdoar.

Um forte abraço! gosto muito do que voce escreve.

Lara disse...

Anônimo, quem sois? :)
Pois é, mas esse "sair de perto" deve ser temporário, não? Porque esquecer totalmente é poder conviver novamente com aquela pessoa. Ou estou equivocada?

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